Monday, 28 June 2010

To Be Or Not To Be??... Is That the Question!?!

I just prefer being something without realizing I am being it, without
asking if I should be it. then, when I Am already, its easier to be...
and it's done!

Sunday, 20 June 2010

I AM sterdam...

and my mum as well :)

Monday, 14 June 2010

A moonlight on the beach

it's almost three o'clock in the morning...
but I still don't feel the dark.

I am already in my room, left the moon outside.

the bed says "hello"
my eyes say "goodnight"
I don't want to go.
But it’s so hard to fight.

So I try to stay awake...

...somewhere in a blue ocean
Of the kind I never forget.
Feeling the warm wind’s motion
And staring at the late sunset.

So I stay and I feel...

...the waves meeting my feet
while I lay down on the sand.
Almost falling asleep
deeply into the horizon’s end.

So suddenly I wake up...

With the sea in my mind
and a smile I cannot hide.
in my room with no light
and the moon still outside.

Monday, 7 June 2010

coffee conversation... on the table 13!

João: your hand has a "Not"! Mine Not!

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Conversa de café... na mesa 13!

João: A tua mão tem um "Não"! A minha Não!



ps - vah... daqui a uns dias vou respirar ar fresco para ai e em troca eu riu-me! ;)

Thursday, 3 June 2010

não gosto nada...

...de perder o fio à meada! mas perdi, em muitos blogs.
mas já fui buscar uma roca, para (re)começar as minhas meadas e acompanhar o fiar das dos outros.

A lovely (and rainy) day...

.
Lisbon, 28th December 2009

The mobile was ringing while I was running to the bus stop... in the rain, in a hurry; and while I was juggling to get inside the bus and take my wallet out of the bag, I manage to pick up the phone. A portuguese voice...

“Hey Inesita, where are you?”

The driver looks suspicious at me, while the machine fails to validate my ticket. On the third attempt a “Beep” makes him turn his distrustful eye to the following passengers; and there I continue, grabbing my phone and the bags across the commotion, looking for any little space where I can seat.

“I’ll be there in 10 minutes!”

But when I hang up, I realize that the traffic jam might hold me up longer.

Through bumps and nudges, among the people and the chaos in the corridor, I find a place to sit.
In the meantime, those around start or continue their conversations. There are also the silent ones: some absent-minded and others alone or simply shyer.
But the voices overcome the silence and flood the whole bus.

I focus on the speaking bunch...

In the front seats, the two old ladies complain about life and compare their knitting calluses. They grumble about the weather and their 1001 illnesses, praise the vegetables of the local grocery store, the one near Mr. André’s place, and gossip about the neighbour who has just divorced. They also protest, and a lot. They protest about the hyperactive grand-child, the presumptuous daughter-in-law, the son who “works like hell” or the fact that “everything is extremely expensive nowadays”.
The teenagers, on the other hand, laugh while chatting. They speak about Daniela (who supposedly likes Afonso), argue about new clubs near the river and discuss the new iphone mobiles.
On my left side, two men accuse incompetent politicians, schedule a beer meeting for later, and disagree in what concerns to football matters. But suddenly, in the middle of their talk, one of them shouts to call his wife, on the other side of the corridor:

- Maria, when should we pick up Bia at the school?

Maria, interrupting her complains and frights about the A flue, stares at him with a reproachful look, as if condemning him for not knowing when to pick up their child, and answers:

- At 7pm, after her ballet class!

And she turns again to her friend at her side to now speak about the selfishness of Leonardo Correia, probably a villain of some soap popper.

All of them gesticulate while speaking and vary their face expressions during the speech. They speak loud, as if the ones around were participating in the dialogue as well.
I don’t know any of them, but their discussions are classic and predictable. Daily moments and dialogues that recall portuguese routines and people, things that never change, that are typical. Stories I already saw, lived and talked about.

I then decide to turn my look to the window... when I already guess the following words, sentences and conversations. And that’s when the vehicle brakes, stumblingly, in a new bus stop.
Some get in, others get out and the same conversations certainly unroll, but now without catching my attention from the outside, from the music that plays on my mp3.

It rains intensively and the air is humid, stale. The hazed glass of the window blurs the view from the outside, but still I realize the new differences among those familiar routes... routes that once were mine, that still are.
There are new details but nothing has changed: the sidewalk has new patterns, the trees are bigger, the buildings were painted and the traffic signs were reorganized; but the same landscape is designed by the same roads, houses and gardens. Even the car horns continue frequent and the pollution coming from the exhaust pipes disperses in the same form and clouds of smoke.

I don’t want to come back to Portugal, it’s not yet the right time... but still I want this context not to end, to remain forever. I wish to stay here, among these portuguese people with whom I grew up, and relive these moments over and over again.

“I hope everything stays the same till I come back in the Summer, everything… even if it changes a bit”.

The arrival to my destination interrupts that nostalgia and premature feeling of missing my roots.
I grab my things and reorganize all the bags to get out.
Already outside, I put on my hat and run to not get wet, but it’s not enough.
I give up already soaked and continue... alone, with that tropical rain and, ironically, listening to the song “Lovely Day”.

I am stopped.

- Hey girl, it is about time you showed up. God I missed you…”

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Um dia lindo (e de chuva)

Lisboa, 28 Dezembro 2009

O telemóvel tocava enquanto eu corria para a paragem... à chuva, à pressa; e no meio de acrobacias entre entrar no autocarro e validar o bilhete, consigo atender.

Um “Inesita, onde estás?” soa no outro lado da linha.


O condutor olha-me desconfiado enquanto o bilhete falha em validar a viagem. Contudo, à terceira tentativa um “bib” vindo da maquineta desvia-lhe o olhar, que se foca agora, suspeito, nos restantes passageiros; e eu lá continuo com o peso dos sacos e da confusão, atenta a espaços minimamente confortáveis onde me possa sentar.

“Chego em 10 minutos”, respondo; mas penso que o transito talvez me demore mais.

Encontro um lugar, sento-me entre solavancos e encontrões, entre pessoas e torbilhões de coisas no corredor.
As conversas dos demais surgem entretanto, ou continuam.
Existem também muitos silenciosos: uns de olhar absorto, outros sós ou outros tantos mais tímidos.
Mas as vozes ganham os mudos e inundam o corredor.

Fixo-me nos faladores...

Duas idosas falam do cansaço da vida e dos calos de tricot. Queixam-se do tempo, resmungam por causa do reumático e elogiam os vegetais da frutaria Aquário, na esquina onde mora Sr. André. Desabafam ainda sobre o neto hiperactivo, a nora presunçosa, o filho que se farta de trabalhar ou os preços exorbitantes de hoje em dia.
Os mais jovens, por outro lado, falam da Daniela que gosta do Afonso, da nova discoteca nas Docas, e discutem sobre o iphone e outras tecnologias.
Já os dois homens nos bancos do lado acusam políticos incompetentes enquanto combinam uma cerveja para mais logo para ver o jogo de futebol. E, no meio das suas acesas cavaqueiras, um deles chama a mulher:

- Maria, a que horas é para ir buscar a Biazinha à escola.

Ela, interrompendo as suas queixas e medos sobre a gripe A, olha-o em olhar reprovador, como se o condenasse por não saber tal informação, e responde:

- Daqui a um hora, depois do ballet;

Virando-se novamente para a amiga, para agora falar da falta de escrúpulos do Leonardo Correia, provavelmente um vilão de uma novela qualquer.

Todos gesticulam enquanto falam e fazem caretas que variam durante o discurso. Falam alto, bem alto, como se todos os presentes no autocarro também participassem no diálogo.
As caras são-me estranhas mas as discussões previsíveis, típicas. Dia-a-dias e diálogos que me relembram rotinas e pessoas portuguesas, coisas que não mudam, que são assim mesmo, que eu já vivi e falei.

Desvio o olhar entretanto, para a janela, quando já adivinho as palavras, frases e conversas seguintes. Só o zumbido persiste; e eu ligo o mp3.
É então que o veiculo trava, aos tropeções, numa nova paragem.
As pessoas movem-se, encontram-se ou despedem-se, entram enquanto outros tantos se levantam para sair; e as mesmas conversas se desenrolam já sem eu as escutar, já sem me desviarem do que se passa lá fora ou da música que soa nos meus ouvidos.

Chove intensamente e o ar está húmido, abafado. O vidro embaciado desfoca o exterior mas mesmo assim dou-me conta das diferenças que encontro naqueles caminhos familiares, que já foram meus, que ainda o são.
Há pormenores novos mas nada mudou: a calçada tem novos padrões, as árvores estão maiores, os prédios foram pintados e os sinais de transito reorganizados; mas as mesmas paisagens desenham as mesmas estradas , casas e jardins e até as buzinas continuam frequentes ou a poluição vinda dos tubos de escape se dispersa nas mesmas formas e nuvens de fumo.

Não quero voltar para Portugal, não é a altura certa ainda... mas, contudo, sou invadida por um desejo de continuar neste contexto, de que ele nunca acabe. Um desejo de ficar aqui, entre estas pessoas portuguesas com quem cresci, de reviver estes momentos vezes sem conta.

“Espero que continue tudo na mesma até eu voltar no Verão, tudo... mesmo que mude só um bocadinho!”

A chegada ao destino interrompe-me aquele sentimento de nostalgia antecipado. Pego nas coisas e reorganizo os sacos para sair.
Saio, ponho o chapéu e corro para não me molhar, mas não chega. Desisto já encharcada e continuo a andar comigo, com aquela chuva tropical e, ironicamente, com a música “Lovely Day” a soar.

Sou travada.

- Ai miúda, tava a ver que nunca mais! que saudadesss...


Donavon Frankenreiter - Lovely Day