Monday 16 February 2009

ciência de um sono mais ou menos acordado

Não se pode dizer que dormi mal... simplesmente não dormi, ou pouco adormeci...

Olhei uma última vez para o relógio analógico... uma da manhã!
Seguiu-se um período intemporal, sonhado, que não passou, só acusando passagem ao novo olhar do relógio: 3h30.

Depois de acordar e não mais adormecer, ás voltas na cama, levantei-me, bebi iogurte, analisei imperfeições na pele, borbulhas gigantes que noutras circunstâncias seriam minúsculas, tirei a roupa da máquina e pu-la a secar, xixi, mais 3 capítulos do livro e uma maçã. Arrumei os brincos em categorias e ordenei as molduras na estante. Senti a temperatura fria na varanda e tentei ver a lua decrescente, sem sucesso. Ainda ouvi umas músicas calmas, passei os olhos pelo álbum do verão 2007 e no fim deitei-me simplesmente na cama, barriga para cima, olhar fixo no tecto ou nas meias listadas quando, de quando em vez, levantava a perna em direcção ao candeeiro suspenso no topo.

Não sei quando novamente deixei de sentir o tempo passar, quando exactamente deixei a consciência das insónias e mergulhei no sono, mas a verdade é que deixei...

Despertei 2h depois, a custo, a almofada abraçada no peito e a luz do quarto acesa, misturada com a luz matinal de um sol ainda a nascer...


Nessas escassas horas de sono, de incircunstância passada de olhos fechados, lembro-me de períodos onde não sonhei, lacunas entre os poucos sonhos que tive; e lembro-me também dos sonhos, um por um, melhor do que se tivesse dormido noite adentro e atravessado a barreira da profunda inconsciência...

Não me importo do pouco que dormi, pois gostei dos sonhos que tive, de lembrá-los e das próprias actividades que improvisei acordada. Contudo, o efeito desta causa nocturna foi um urgente double expresso que tomei logo ao chegar, feito na máquina rudimentar que mora no gabinete do lado. E talvez precise de um segundo expresso a meio da manhã.

Enfim… a verdade é que a vida faz-se a sonhar também, a não sonhar e a tentar dormir, tal como a Her Morning Elegance de Oren Lavie:

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