Monday 26 January 2009

the crash of our course

No outro dia, ao folhear o "Diário de Notícias" perdido na mesa dos jornais cá de casa (o último a ser trazido de terras portuguesas), reparei numa coluna do jornalista João Miguel Tavares, intitulada de "O espectro de 2009 e a gripe dos economistas".

Num resumo geral, a coluna equiparava a crise que assombra o novo ano a uma "espécie de gripe das aves: um perigo muito perigoso que anda por ai no ar, mas que não se chega a sentir". Acrescentou ainda que "o 666 já era e o novo número do apocalipse é o 2009".

Contudo, ninguém parece tremer, ninguém.
Em vez disso, stressam-se no shopping, queixam-se das longas filas de espera nas lojas, como aconteceu no natal e na altura dos saldos, ou comemoram o Obama á luz de missas e festejos de "glória" exagerados, sem perceber bem o papel dele, o que ele promete, defende, planeia ou sequer tem de fazer. Básicamente estenderam-lhe a passadeira vermelha sem ele merecer, ainda, pisá-la; e agora lavam as mãos, relaxam, à espera de milagres.

Mas enfim, confesso que eu própria não sei bem o que o senhor Barack realmente significa e o poder que realmente tem. Sou uma perfeita ignorante nestas matérias, não só por não gostar nem entender muito de politica/economia, mas também por estar farta de ouvir ideias vagas sobre a tão aclamada CRISE e por desacreditar as politicas actuais, achá-las interesseiras, irregulares, desmotivantes e pouco, senão nada, idóneas.
E claro, face a tudo isto, não admira que, tal como o João Tavares referiu, a economia mundial dance ao ritmo de uma "banda sonora pesada, assustadora e trágica – talvez a música das facadas no duche no "Psicho" de Hitchcock".


Sei que este é um post negativo, cujo conteúdo preferimos que nos passe ao lado, sem acreditá-lo, encará-lo de frente, como se não fosse problema nosso. Mas, infelizmente, a realidade é esta, é a minha, é a vossa, é a de todos. =(

No entanto, ainda que esta seja a nossa realidade, além de não a querermos enfrentar, continuamo-nos a sentir todos impotentes. Eu sinto-me, pelo menos.
Parecemos tripulantes de um barco a afundar num oceano perdido e poluído, sem meios de salvação, sem águas limpas para nadar, sem ninguém sequer que saiba nadar. E o pior é os tripulantes nada saberem ou, se sabem, nada fazerem, nada mexerem, nada correrem, nada gritarem, nada construirem, nada. Em vez disso, preferem beber um cognac no salão de baile do navio, alheios à força das águas prestes a engolir de um trago toda a embarcação.

E não se trata só de impotência o que eu sinto, mas também de não saber o que fazer ou como lutar, de desconhecer o que se passa e respectiva resolução, de depreciar as politicas vigentes e não ter alternativas melhores.
Sinto receio. Receio da queda, dos confrontos, da pobreza, da ignorância de nós todos, de um futuro descontrolado e eminente.

Como o colunista disse e bem dito: "Isto está mau!" e sermos singulares ignorantes, preocupados ou não, não resolve nada de certeza.
Há que pluralizar a preocupação de um problema comum e esclarecê-lo para, assim, tentar despultar uma mudança de atitude, um plano ou até mesmo um espírito institivo de SOS, se necessário.

Por isso, dêem uma olhada no Crash Course, capítulo a capítulo.
Vale a pena, vale tão a pena.


Trata-se de um trabalho de um economista chamado Chris Martenson e, em muito poucas palavras, fala da natureza da equação exponencial de cada um dos muitos graves e perduráveis problemas da actualidade. Equação essa tão subtilmente presente nas nossas vidas, tão devastadora da nossa realidade e do nosso futuro.

(ele não o diz directamente, mas as soluções drásticas adivinham-se do seu discurso... só espero que não sejam, ainda, as únicas. só espero que as coisas não sejam assim, tão cruamente más como ele as descreve.)

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